e, mergulhada nos seus prantos melancólicos, correu para o baloiço ferrugento que rangia ao sabor do vento. impulsionou-o e depois deixou que ele abrandasse levemente por si. quando este terminou a sua viagem, ela assentou os pés firmemente na relva seca e olhou os dedos gretados. as feridas da sua alma incerta.
gritou por ele, sacudiu o espírito, proclamou-o. mas o silêncio ecoou sem recordação ou vestígio. os seus olhos cobertos de lágrimas alcançaram o reflexo que a lua impunha ao lago sórdido e ela rastejou até ele. com o desejo ardente de encontrar, por entre a claridade astral, uma ruína do que entre os seus dedos escapou. atingiu a água numa respiração anelante, mergulhada num lamento melancólico e doce, e deixou o frio da insensibilidade palmilhar o seu âmago. mentiu ao luar, derreteu a consciência, matou a espera interminável.
por fim, enquanto se sufocava na sua privação, reconheceu a essência dele. emergiu, num ápice insano, na realidade suave e apaixonada que ansiava impetuosamente. descansou no seu colo e enterrou o rosto nos seus cabelos. inalou-o, demente e suja. os olhares pincelaram-se. engolidos no melífluo que os delineava. fizeram promessas mudas e ele rasgou finalmente a máscara de cera que o protegia e contornava. conseguiu ler-lhe as entre-linhas e guardou no seu alento o oculto e o subentendido. devoraram-se esfomeados, pertenceram-se numa força insuperável. entrelaçaram as almas e cravaram juras atarantadas. eternizaram-se. posso rasgar a tua?
por fim, enquanto se sufocava na sua privação, reconheceu a essência dele. emergiu, num ápice insano, na realidade suave e apaixonada que ansiava impetuosamente. descansou no seu colo e enterrou o rosto nos seus cabelos. inalou-o, demente e suja. os olhares pincelaram-se. engolidos no melífluo que os delineava. fizeram promessas mudas e ele rasgou finalmente a máscara de cera que o protegia e contornava. conseguiu ler-lhe as entre-linhas e guardou no seu alento o oculto e o subentendido. devoraram-se esfomeados, pertenceram-se numa força insuperável. entrelaçaram as almas e cravaram juras atarantadas. eternizaram-se. posso rasgar a tua?
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