sábado, 28 de agosto de 2010

traços e pedaços de nós

passámos horas em irresolutas permutas de promessas, umas em gritos, outras emudecidas. foste apto de permanecer neste lugar em que evoco existência, dar pujança ao ânimo que era um nada alienado de mutilações. só tu arranjaste aptidão para me contar que as alvoradas sujas e a lua inquieta não se receiam. que não devo insistir em amarfanhar utopias apenas porque não se desencaracolaram. tu és, desde o momento em que o meu coração emboto e demente te adivinhou, o semideus do tempo sossegado, o herói do meu capricho; assim que aferrolho os olhos em nada. explicaste que existem troféus que somente nos pertencem se forem independentes. livres com um pássaro, livres como tu.
eu implorei-te melancolias e facultaste-me um éden de ti, que amparas sob a tua tez indecisa e faz de ti o meu espaço. sei precisamente o ensejo em que soube que irias alterar a minha vida. sei meticulosamente o momento em que te estremeci. sei cautelosamente o momento em que senti a tua carência e sei que desde esse pulsar intoxicado nunca deixei de sofrer o teu suspiro sanguíneo no arrepio que valsa pelos traços e pedaços da lua, de nós.

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