quinta-feira, 29 de abril de 2010

sede

a essência ainda permanece infiltrada nos meus poros, como uma doença. como se ainda me encontrasse insana e em êxtase, a percorrer cada milímetro da tua existência. em busca do calor da tua pele, pelo toque dos teus lábios . pelo teu suor a escorrer pelos meus enigmas desvendados, abrasando a distância que nos cerca. resta-me a pulsação acelerada, repleta de mutilações causadas pela mentira que o infinito incita . dilemas que os esquemas impudicos ajudam a estabelecer, como se cravassem em mim as mais pontiagudas e irracionais seduções. como uma necessidade carnal. como nunca se apaga o latejar dos corações. como a ilusão que encontro nos meneios do teu astral. tu, que enfeitiças e devoras as réstias de sensatez e respeito próprio : liberta-me.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

nostalgia

desvendas-me o espírito. conheces-me o incógnito. engrandeces em mim o arrebatamento que mais ninguém incita. devoras-me as sentenças como se fossem meneios loucos. aspiras a natureza do meu interior e enclaustras os olhos a um mundo que não quer saber do que quer que actuemos diante ele, deixando-me na corda bamba. não antevi esta imensidão nem sei como tenho extraviado tanto sentido com meras palavras, mas se imaginasses o que conjecturo de ti, largavas tudo agora mesmo. permitias que te possuísse num enleio imortal que me abrasasse o alento como bocas-de-fogo. é esta a linha tênue que separa o verídico do apetecido. pelo infinito maquiavélico que os teus olhos arremessam. pelas nostalgias consumidas por ti, onde o frio é dedutivamente insignificante e o calor é uma forma de estar.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

como queiras

cravas-me o espírito. não faço ideia porque te calculas pela insolência das sentenças que projectas com a pura intenção de magoar. o plano de te altruíres não te estacionou bem e o delito das coisas calharem do feitio que não predizias pesa-te na ciência. não imaginava que a ditosa felicidade que tive de ti concluísse para dar espaço a um vazio. atiraste-me pelo desbarato. e esse desvanecimento extravagante só me faz engolir de forma seca e abrupta. aceitar culpas ou equívocos nunca foi o teu reduto. e isso faz com que não me permitas uma aproximação… para que não admitas locuções de alguém que te idolatra - e reconheças que ela só discursa palavras exactas e bem munidas de ressentimentos – nunca saberás batalhar com tal requerimento. não te narro toda a verdade, porque nem isso granjeias escutar. nem a minha dignidade me permite. acobardei-me de altercar por ti, simplesmente porque não o desejaste ganhar. no fim de contas, ignoras-te o discernimento que ininterruptamente te era alegórico.

terça-feira, 13 de abril de 2010

sigilos inexistentes


esmoreci e penetrei no incógnito que me alicia mais do que eu tencionava. recaí na existência crua que me atemoriza e mais uma vez mostrei que as realidades que mais me dominam, não retribuem da mesma forma. o mundo afigura-se cada vez mais caricato aos meus olhos. desculpa se considerei que vivia no fio da navalha e que ia voltar a sentir-te, próximo de cada trejeito que exuberasses. se pensei que ia endoidecer inundada de bom-senso, nos teus ramos. se achei que te ias impingir, procurar-me e adivinhar-me mais ainda. que podia ser excepcional e desistisses de analisar tudo de forma diferente. que também te realizavas com as promessas mudas. mas estava errada. e o equívoco explora todos os esconderijos do meu corpo , entregue a ti, desabrochando feridas fustigadas. a razão foi-se num ápice de demência e voltou na lentidão da doença. desculpa se acreditei que todos os instantes contigo foram feitos para serem os melhores e não os mais remotos e míseros. se me convenci que eu era e tinha sido para ti um pouco do que és e foste para mim. agora pregaste-me á parede, sussurrando-me toda a verdade, nua e exposta. tudo fugiu. o silêncio prepondera e tudo o resto é fruto do acaso, tudo o resto expirou.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

sufocos do alento

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É interminável e sufocante este conjunto de anseios trepidantes e limites rigorosos impostos à minha consciência apagada. Tudo o que te envolve é inquietante e inseguro, porém, a pobreza da tua ausência provoca a imensa serenidade que se criou pelos costumes. Por mais que segure firmemente a tua essência, a fria distância e a sua integridade abrasam qualquer esforço e limpam o sangue derramado, travando batalhas e apagando as memórias. Detém-se o latejar dos corações e o me respirar prende-se à pressão do que não foi mencionado ou materializado. Tudo se impregna no tempo que, entretanto, pára por breves instantes infinitos. Não há nada aqui se as nossas almas não se fundirem e os nossos braços não se entrelaçarem. Não há vida se as reminiscências não se tornarem num universo. Mas a magnitude prevalece, oprimida pelas divergências dos olhares, imobilizada fixamente pelo teu alento, até que, silenciosamente e ao ritmo dos nossos passos, renasça ardentemente na palidez da tranquilidade. À sombra dos feitios, sobre a luz da sintonia.



'' I know that you can love me. When there's no one left to blame ''

sexta-feira, 9 de abril de 2010

eterno sol de meia-noite

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Estás a absorver o resto de sanidade que em mim prepondera. Transformas-me numa neurótica que sente pouco mais do que esta ambição de te arrancar o coração e ver o teu sangue a resvalar por mim. Preciso de sofrer a tua presença ao limite, de te arranhar e puxar os cabelos, de te ter infinitamente. Preciso de saber como seria se os dois, impudicos e loucos, nos déssemos às emoções e imergíssemos na sintonia. Procuro então a existência de mais um instante derradeiro e aí, no meio das promessas soltas e das mentes entrelaçadas, me deixes provar o que de ti não experimentei e me estremeças o Mundo. E eu serei sempre tua.


'' I'll be with you when the stars start falling ''

terça-feira, 6 de abril de 2010

mentiras impiedosas

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Como queria que fosses um vulto, uma figura extraviada pelo espaço que vem e vai tão rapidamente que nem comove o nosso espírito. Ou talvez um reflexo fugaz, que guardamos e fechamos, mas nunca origina desconforto aos olhos. Mas és este suplício que vem e me martela a mente até que lhe preste alguma meditação. Não há fuga possível e já te infiltrei em cada fragmento de mim, o que me deixa fundida á tua essência e ao teu toque. E este conjunto de afecções e de redenção cada vez que te conjecturo, mesmo sendo ao longe, fazem-me despejar tudo o que firmava no peito para que não me desenterrasses os segredos. Embora tu sempre me possuísses e a minha intuição me permitisse reconhecer que tu me adivinhavas e descodificavas sem qualquer dificuldade. A conexão que nos une vai para além do nosso conhecer e é isso que te retrai e me prende à banalidade. O orgulho só nos impede de sermos a verdade soterrada na mentira que criámos, isso enfurece-me as razões e faz-me perder o Norte. Mas eu não te vou odiar, isso seria demasiado fácil.


'' So if you want to love me, then darling don't refrain ''

domingo, 4 de abril de 2010

n o w

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Insistes em enrolar-me com meias sentenças e com verdades mutiladas e eu estou sem energias . Limito-me a suplicar-te mais falsas embalas e enredos que contenham uma escassa hipótese de permanecermos ligados. Preciso de ti de uma forma quase impossível de classificar e tu sabes como ampliar essa necessidade. Imploro aos ventos que matem a saudade e mordo o lábio de vontade de te reaver. Preciso de ti. Volta. Agora e sem demoras